Oficina de cultura popular no CCA do Carmo
- lua
- 6 de mar. de 2018
- 4 min de leitura
Tomador de serviço: Centro da Criança e do Adolescente Nossa Senhora do Carmo
Prestador Proponente: Lua Morkay
Arte-educadora, pesquisadora da cena teatral e Agente de Cultura
CNPJ: 29.438.356/0001-93

Técnica abordada na oficina: Colagem que consiste na sobreposição de imagens;

RESUMO
A temática central abordada nesta oficina será a cultura popular em contraponto com as vivências das crianças na grande metrópole. História, imaginário, estética e sonoridade são o eixo das experimentações vivenciadas em cada momento. Foram escolhidas duas importantes manifestações para compor o planejamento da oficina, a primeira é o “Lambe-Sujo e Caboclinhos” que, segundo o pesquisador, Câmara Cascudo, a festividade que acontece no interior de Sergipe, na cidade de Laranjeiras, é considerada a maior manifestação de teatro espontâneo ao ar livre do mundo e a segunda com foco na musicalidade, é o Maracatu de Recife.
Palavras-chave: ritmo, expressão corporal, cultura popular;
OBJETIVO GERAL
Trabalhar a diversidade da cultura popular brasileira sob o aspecto da dança, música e encenação possibilitando o reconhecimento, valorização e ressignificação dos folguedos escolhidos que constituem a formação do povo brasileiro. OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Promover o contato com diversas manifestações da cultura popular, através das brincadeiras, dança, canto e percussão corporal; - Conhecer e valorizar a importância de dois grandes folguedos na construção da cultura brasileira sob a perspectiva simbólica e social; - Explorar a sonoridade e estética do Maracatu através do jogo da cena possibilitando a recriação e releitura dos movimentos; - Refletir sobre os signos presentes no folguedo “Lambe e Sujo e Caboclinhos” e como eles se relacionam e refletem nos dias de hoje; - Resgatar, preservar e divulgar a busca de conhecimentos culturais acerca de nossas tradições; - Demonstrar atitudes de respeito às tradições culturais; - Promover também o contato com diversas manifestações e brincadeiras da cultura do Sudeste através das brincadeiras, dança, canto, percussão corporal;
PÚBLICO ALVO Crianças e adolescentes
JUSTIFICATIVA
Abrir um espaço para debater, propor e vivenciar experiências culturais, potencializa a mobilização da comunidade em que um projeto artístico se insere e provoca a criação de um repertório lúdico que se desdobra nos espaços sociais e nas relações. Os brincantes da cultura popular reconhecem nas manifestações culturais uma fonte geradora de arte, um patrimônio artístico diversificado capaz de abranger todas as formas de expressão artística: canto, dança, música, história, poema, teatro, brincadeiras, poesia, pintura, etc. Ao abordar a cultura tradicional, propomos explorar estas três vertentes: Assimilação, Recriação e Invenção: O mestre transmitindo aos seus aprendizes, o artista educador mapeando as experiências e repassando os seus aprendizados aos alunos, e os alunos na inventividade recriação de seu cotidiano. Na assimilação nosso objetivo é retratar com fidelidade a manifestação em seu contexto social e afetivo. Para isto, os alunos/artistas investigarão por meio de vídeos, fotos, relatos a real cena do folguedo. Na Recriação, depois de incorporar as manifestações populares, os alunos/artistas promovem alterações e transformações, dando uma nova feição ao tradicional. No então, no processo de recriação, a origem inspiradora estará sempre definida. Na invenção, quando a assimilação se torna orgânica e a recriação se transforma num processo diário, o artista se vê diante das possibilidades da invenção. Daí surge soluções surpreendentes, dando origem a uma terceira vertente, onde todos os elementos se comunicam, possibilitando a ressignificação.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A oficina está dividida em 3 momentos descritas abaixo e, para cada um deles, serão realizadas ações que evidenciem o processo e desenvolvimento dos alunos/artistas:
1 - Conhecendo os diferentes tipos de cultura – Neste primeiro momento, apresentaremos os diferentes tipos de cultura que formam os povos, desde o surgimento da humanidade, até os dias de hoje; Cultura material e imaterial, patrimônio cultural e crenças; Valoração da cultura oral, escrita e memória;
2 – Conhecendo a história do Lambe Sujo e Caboclinhos – contexto, personagens, cenário, indumentária, memória, o ritmo e cânticos;
3 – “Mara-catu e pra mim!!” – a história do maracatu, instrumentos, cores, adereços, movimento, expressividade, ritmo; As aulas serão sempre de forma lúdica, através de jogos, vídeos, imagens e, com recortes de jornais e revistas, confeccionaremos um mural colaborativo onde será exposto as impressões de cada aluno no decorrer das aulas. Os jogos serão experienciados a partir dos estímulos sonoros e visuais referentes aos temas. A técnica artística utilização para esta confecção será a colagem. A avaliação será feita sempre em roda de conversa, para que os participantes exercitem a autoavaliação e criticidade tão importante para a formação individual e coletiva.
LINHAS DE INDAGAÇÃO
Por que há uma disputa no folguedo “Lambe sujo e Caboclinhos?” O que representam as cores? Por que o negro e o índio são tão importantes para a construção cultura do Brasil? Como determinar a cultura de alguém? Por que as pessoas dançam? Onde a dança acontece? O que é preciso para dançar? Por que sinto dificuldade para dançar? ***De que forma o/a aluno/a poderá conhecer e valorizar a pluralidade da cultura nordestina (e, quando necessário a cultura paulistana) como patrimônio sociocultural brasileiro, assim como aspectos socioculturais, posicionando-se contra a discriminação e marginalização?
MATERIAIS PARA USO EM SALA Aparelho de som, revistas e jornais, cola, tesoura, folha A4, papel madeira, lápis, canetas, bolas de soprar, bola de futebol (ou qualquer outra), bambolês, etc;
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CABRAL, Beatriz A. V.. Ação cultural e teatro como pedagogia. Sala Preta, Brasil, v. 12, n. 1, p. 4-17, june 2012. ISSN 2238-3867. Disponível em: . Acesso em: 31 jan. 2018. doi:http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v12i1p4-17. BIÃO, Armindo. Etnocenologia, uma introdução: textos selecionados, Christine Greiner e Armindo Bião (Org.) – São Paulo, Annablume, 1999. LARAIA, Roque de Barros. Cultura: Um Conceito Antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006. MONTEIRO, Mariana. Dança Popular: espetáculo e devoção. FAPESP, 2013.
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