A experiência do PIBID de Teatro da Universidade Federal de Sergipe

Visando o intercruzamento entre literatura brasileira nordestina, ensino e prática do teatro, o PIBID de Licenciatura em Teatro do Núcleo de Teatro da Universidade Federal de Sergipe propôs, por meio de oficinas, seguido de apresentações artísticas, o contato com o universo dramatúrgico, literário e cênico como elemento presente na educação infanto-juvenil na cidade de Aracaju.

Sob a coordenação da Prof. Dra. Urania Maia, o projeto “ENCENA” tem vínculo com o Programa Institucional de Bolsas e Iniciação à Docência – PIBID – programa difundido pelo Governo Federal que tem o intuito de fomentar e oportunizar o contato dos estudantes das Licenciaturas ao espaço escolar.

Nesse sentido, cenas foram montadas a partir de apreciações da obra de Ariano Suassuna: O Auto da Compadecida (1955); cenas foram escolhidas dando ênfase ao processo de construção e caracterização das personagens, sobretudo, a investigação performática dos alunos-atores. Tivemos como suporte teórico as obras de Viola Spolin “Jogos de Improvisação” e Augusto Boal “Técnicas Para Atores e Não Atores” e na conceituação  teórico-prática do teatro contemporâneo, mais precisamente, atrelado a Arte da Performance onde o ator passa a ser também Performer, neste caso, um Aluno- Ator- Performer.

• Justificativa do projeto

Tendo em vista a promulgação da lei n. 9.394/96 que transforma o ensino das artes em conhecimento no currículo escolar, surge a necessidade de se [re]pensar um ensino que possa ser exercido para além da sala de aula, interagindo no ambiente, fazendo da atividade artística também uma ação cultural. (ANDRÉ, 2007).

Desse modo, compreendendo a universidade como um vetor de ação social, o projeto “Encena” teve como proposta oferecer para jovens um atraente e lúdico universo de conhecimento literário e simbólico através da promoção da prática teatral e apresentações artísticas, propondo aos alunos participantes o estímulo para desenvolver suas capacidades, habilidades e integralmente suas potencialidades.

• Metodologia

1.  Pesquisa, análise e debate das obra o Auto da Compadecida;

2. Jogos de aquecimento (vocal, corporal) e relaxamento;

3. Jogos de Improvisação (Viola Spolin);

4. Exposições imagéticas através de fotos e vídeos da referida obra;

5. Jogos de Improvisação de Cenas;

6. Ensaios (incluindo um aberto) e apresentação final;

7. Investigação teórico-prática acerca da linguagem da performance arte e o entendimento do Ator-Performer;

• Desdobramentos

Interessante notar como as dificuldades que se instauraram desde a nossa chegada no Colégio Estadual Costa e Silva, localizado no bairro Siqueira Campos, na cidade de Aracaju, até a finalização do projeto com a Feira Nordestina. Perceptível a problemática existente em torno do projeto PIBID. As aulas de Teatro foram realizadas juntamente na aula de Artes, supervisionado pela professora e supervisora do PIBID, Stella Cárceres.

As turmas que participaram do projeto foram o 2º ano e 3º anos com uma carga horária de duas aulas por semana, desenvolvemos este plano de atividade atentando as alterações que ele ia sofrer desde seu início. Tivemos como empecilho a superlotação da sala de aula, não dando oportunidade para que todos os alunos pudesse experienciar a atividade teatral, a falta de estrutura do próprio colégio que impossibilitava que as atividades ocorressem na quadra de esportes e, sobretudo, o desinteresse de muitos alunos em participar das ações, uma vez que, a turma do 3o. ano já estava encaminhada para o ENEM . Porém, a presença de nós bolsistas e o Teatro Lourival Batista ao lado da escola foi de suma importância para a realização da Feira Nordestina que, neste ano, tinha como tema: O Nordeste e sua cultura. Para otimizar o trabalho a turma foi dividia em grupos que correspondia: Produção, Figurino, Atores e Encenadores. Cada um, de acordo com as afinidades, foi designado ingressar em uma das opções.

Os ensaios aconteceram todas as quartas-feiras de 8h da manhã até às 10h (com um intervalo entre uma aula e outra).

No primeiro momento, foi  realizado uma roda de conversa com a equipe formada pelos bolsistas do PIBID (Lua Morkay, Neide Duarte e Leandra Hilário) onde apresentaram o projeto para todos os alunos da turma.

AÇÕES

– Planejamento e elaboração de apresentações artísticas; – Estudo de textos de peças, contos, músicas e poesias voltados para o universo infantojuvenil; – Planejamento e aplicação de oficinas; – Relatório e avaliação do projeto.

As aulas foram práticas e teóricas, com o intuito de integralizar os conhecimentos empíricos e conceituais. Com o desenrolar dos planos de aula em torno dos exercícios iniciais da pratica teatral, passamos para Leitura do Texto, escolha e compreensão das personagens. Neste momento do plano de execução, foi feita uma pausa para que os participantes pudessem compreender a fundamentação teórica em torno da linguagem da Arte da Performance e suas reverberações no trabalho do ator.

Os alunos-performer passaram então a conceber as personagens centrado em suas relações de vivência. Realizamos exercícios práticos em torno do View Points, Butoh e a vivência do Corpo Neutro para que cada um pudesse continue a ideia de que cada personagem se encaixava com suas vivências.

• Considerações

O resultado foi uma intervenção pelo espaço escolar trajando adereços que caracterizasse as personagens e que explorassem o conteúdo autobiográfico de cada aluno.

As apresentações foram realizadas na Feira Nordestina e, logo em seguida, no Festival de Artes do Costão, Janeiro de 2016.

Ficha técnica

Fotos: Lua Morkay Texto e adaptação: Lua Morkay Concepção: Lua Morkay e Neide Duarte Supervisora: Stella Cárceres Coordenação PIBID Teatro: Urania Maia Cordeação PIBID Geral: Gicelia Mendes Luz: Fábio Santos Teatro Lourival Batista Diretor do Teatro: Denys Leão

Alunos-Performer: Brenda Bruno